quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

Filhos da rua


Vidas de rua em rua. Noites passadas em tantos frios bancos que conhecem de cor.
A cor fugiu-lhes a muito do rosto. Nos olhos apenas uma ínfima réstia de uma chama quente e viva que outrora brilhou.
Álcool, droga, Pobreza, solidão. Companhia das horas mortas, nos cantos das metrópoles, entre o sustento dos caixotes, lutando,e por vezes pouco, pelo ar que respiram.
Mendigar é o dia a dia, pouco importa o que pensam os senhores das malas de couro que passam apressados na sua bolha inviolável de coração duro.
E quando a avidez de uma qualquer estação não da tréguas aos que tem o céu como tecto, abrigam-se debaixo dos caminhos dos donos do mundo.(...)
E nos que nos dizemos tão civilizados, tão possuidores da razão, ainda lhes passamos ao lado, ainda nos afastamos o mais possível, ainda ignoramos uma cara suja num corpo definhado, um olhar consumido pelas expectativas de um mundo melhor... que nunca chega! que nunca vai chegar para eles.
Porque não tem direito a digna vida? porque não tem dinheiro, posses, ou qualquer outro bem? Porque não tem pai, mãe, família? São filhos da rua!

Filhos de quem?!