domingo, 22 de novembro de 2009

Pontos nos " i's" !

Pedro Monteiro
Passavas breve pelo meu pensamento, e eu como se não reparasse na tua presença fingia-me distraída ao convite dos teus olhos. Os teus cabelos de brisa ao vento tocavam das mais belas musicas que eu já ouvi enaquanto eu sentia-te como se me tocasses dentro do peito, e sob o coração firmava-se o aperto da verdadeira distancia das tuas mãos. Apetecia-me perder nos teus dedos tanto como no frio de um inverno só nos apetece o calor de um verão qualquer.
A verdade é que não sei estar sem ti. Não sei passar pelas nossas ruas sem me deixar envolver pela dança dos sentimentos. Não sei descer as avenidas dos tantos amo-te sem te querer com uma vontade tamanha que tende a despertar uma ânsia para la da que consigo suportar.
E o teu cheiro paira suspenso em cada esquina, e sempre que viro naquela rua baila sobre a minha pele o aroma da tua, nas noites das loucuras, na noite das partilhas em que o amor corria solto, envolto em mistério, livre, como se a vida fosse só um momento.
E por tudo isto e muito mais que nem consigo transcrever sob a forma opaca das palavras, estou aqui agora, para dizer a todos vós, queridos leitores, seguidores, a todos os conhecidos, a toda a família e aos amigos, a todos os rostos sem nome que passam por mim na rua, ao senhor da bilheteira da estação, ao senhor simpático do transporte publico, ao senhor a tocar guitarra no banco do jardim, ás crianças que brincam no parque, ao senhor da pastelaria, ao mundo inteiro á minha volta (...) Que foste tu que escolhi para dedicar a minha vida, em todos os momentos, em todos os minutos em que troco 60 segundos por 60 formas para te amar. E que cada palavra minha é dedicada a ti. A ti que me ensinas-te a sentir viva, que me ensinas-te a ver a vida com olhos de ver, a ti que transformas o frio de um inverno pálido, só, num arco-íris de neve cadente.
-Nunca mais duvides do que sinto, nunca mais duvides que te amo, a ti, somente a ti, apenas a ti!

terça-feira, 17 de novembro de 2009

...de amor contigo!


Caio nos jogos do amor, perco-me pelas estratégias dos nós dados com correntes de aço em outrora livres corações.
Corro jardins de beijos, por terras de sonho que crio e descubro, e vejo atear-se o fogo que consome mas não queima, que ilumina o olhar á descoberta da solução. Acorre á minha boca a lembrança de toda a minha vida na palma da tua mão, e chamo pela magia de dois corpos nus, quando me acordas as vontades e me matas os desejos. Sincronizo a dança da tentação ao ritmo do teu corpo saciante de amor corrente, que me mata a fome de vida, me mata a sede de ter-te.
E escapa a paixão pelos teus lábios, quando bebo o prazer pelas tuas mãos fechadas em redor do que os teus olhos anseiam.
E a noite que nos olha pela janela, suspende a corrida do tempo quando senti-mos chegar o momento de nos embrenhar-mos nos profundos rios do amor que correm sob gotas de suor da nossa pele ardente. E fica a satisfação a correr solta pelo quarto quando só nos restar o cansaço sob forma de rubor na face e dois sorrisos vibrantes, perdidos ainda em carinhos no seio dos lençóis de seda.

Desejar-te Kiko não carece de perdão, já que fazer amor não é pecado!

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

(senti)do -


Olhava o céu solto
Envolto na névoa
Revolto
E já os pés me roçavam mar;
Pego numa pedra
Metamorfica
Metamorfose
-Borboleta!
Lanço-a ao ar;
Primeiro voo da asa que leva o amor
Por entre nuvens
No ventre
Na pauta do arco-íris
Pela chuva de cor.
Corta a linha da meta
Rasga o asfalto em dois
Roda em espiral ao centro da terra
Sentido descendente
Velocidade
Adrenalina
Cometa;
segue a viagem sem consciência
Sem rumo traçado
Sem sinal de desistência
Apenas segue no vácuo
Vazio intemporal
Universo
Constelação
Espaço Sideral
E vejo a queda da minha estrela;
Acorda-me o brilho dos olhos
Fecho-os
Peço um desejo.
Amanheceu.
O desejo realiza-se.
E és novamente meu!
-Sentimento.

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Guardo-te no pensamento, estrela;


Um obrigado ao rebelde (Crónicas de um bom rebelde) pela
escrita divina que nos faz cair na chuva miudinha da inspiração. Este texto nasceu em mim depois de mais uma de tantas leituras atentas ao blogue que tanto prezo.

Modo imperativo, tempo presente, dito no plural. Verbos reinventados em tantas frases trocadas sem noção do verdadeiro peso das palavras que nos acorriam sem contenção. Que nos toldavam a razão, em tantas vezes que perdíamos mais que o juízo, pelo meio de brincadeiras, no caminho dos sorrisos, pelas longos versos da canção. E enquanto me tomava a fome de te ter, trocavas comigo as palavras atónitas da imensidão da vontade de dizer sempre mais, e nunca chegava a união das letras para apaziguar a ausência do toque, que tantas vezes imaginávamos ser como o leve roçar do vento impregnado do doce sabor da brisa no verão. E seriam os nossos beijos melodia, seriam as nossas ardentes mãos pintadas de paixão, e os teus olhos fixos nos meus matariam a sede de me perder na tão prometida e fugidia ilusão. Seriam no fim da noite os teus braços o meu colchão e os teus beijos de embalar acordariam os sonhos em mim -onde mais uma vez te iria encontrar. Mas o rumo da história muda, o mundo giro, o tempo roda num turbilhão, e fica-nos a vida de pernas para ar. E tantos foram os desejos que agora me sinto vazia da vontade de sentir, quando já mal me permito ver a tua presença, com medo de te saber como antes eu te sabia, preso a mim em cada singular respiração, em cada passo dado na direcção oposta a que ordena o coração, em cada raciocínio demorado da razão, distraidamente viajante entre o aqui e o lugar onde estas, distante, e eu hesitante, irresoluta, vacilante, balanceio na linha do amor, fazendo malabarismo com Sentimentos tão novamente inauditos que me voltam a fazer oscilar. E o esmorecer da estrela da manhã é o primeiro soar do trompete, que irrompe da alvorada, amotinada e voraz no despertar de um sol que rasga os contornos, esculpidamente disformes da linha ambígua do horizonte. E sinto-me agora atormentada, desprotegida, desabrigada, e no frígido calor do momento fraquejo, alienada da vontade de alcançar o caminho de fuga que permanece eternamente aqui ao lado. A saída de emergência aquiesce a vontade de lhe recorrer ao interior do pensamento, abro, saio, corro, fujo, mas a meio do caminho, depois de inteiramente perdido o alento, engrandece-se em mim a ânsia de voltar, de retornar ao ponto de partida. Fujo, corro, entro, fecho a porta, e começo tudo de novo outra vez. Não sei onde errei. Não sei qual foi o ponto de partida em que te comecei a perder, nem tão pouco que sombras dissipadas terei deixado para trás. Queria eu saber toldar a razão. Faze-la voltar atrás, em fantasia, espectro da razão, manipula-la como ornamento, pendura-la ao coração, e exibir o seu seio no esplendor do momento. Mas o tempo teima em não voltar, e teimo eu em faze-lo então galgar o abismo do silêncio que agora se torna vítreo e corta a vida em dois. Pensamentos proibidos afluem ao caudal do rio transbordante nas margens da menina dos meus olhos, com uma rispidez que me cala a voz, me reparte a inspiração, e como se não estivesse eu soluçante recolho á minha melhor e mais confiante voz, no instante de te dizer o adeus que teima em ancorar amarras de ferro no nó caprichosamente sufocante, e faltando-me a intenção e o talento da mentira, cai o pano, fim da cena e exibo a alma á plateia, não ouço apupos, vaias, não vejo aplausos, ovação, louvores, mas sim o incomodo ludibriante na expectativa da resposta, e o fim é firmado pelo enredo da confusão de não saber o que quero dizer no desfecho final. O coração pede que me entregue, que chore o mar pelos olhos, salgado, ondulante, tão mais sincero, franco, leal, que a estrela cadente que profana a calma do céu hoje fendido. Mas a razão exige-me que diga não, que negue o que sofro, sofrendo o que nego, e me feche na solidão de mais um sorriso vazio, de mais um olhar morto para lado nenhum.
Estarei eu preparada para escolher? Estarás tu - publico expectante -preparado para me fazer escolher então?