quinta-feira, 10 de junho de 2010

Supernova

' Uma supernova possui todos os elementos da tabela periódica, consequentemente tanto pode extinguir, como gerar vida'


A lua eclipsou-se no céu. O mar garganteia engolir quem se acercar do seu âmago. A areia bate-me na cara com o alento do vento que sei ser o bater das asas de uma borboleta. Decai uma gota de água absorta sobre o meu olho esquerdo, pende-me das pestanas para o rosto, como uma lágrima do céu. Dizem que esta noite vai chover. Não me importo.
Deito-me na areia húmida como se o frio não me arrepiasse a pele, e penso. Não teria a vida mais sentido se contabilizássemos o tempo por sorrisos? Se 60 sorrisos formassem uma hora. Preferia chegar ao fim da vida depois de horas no cronometro da felicidade, do que anos a conta-gotas na busca de um de conhecimento que nos eleve o espírito e nos converta em algo mais para alem de reprodutores biológicos.
E fosse amor só um piscar de olhos, uma permuta de olhares que se prendesse num só segundo, também num sorriso, sem mais teatros que lhe dispusessem a antever entraves mesmo antes de os lábios fazerem tenções de se rasgar em alegria. E fingindo que os sonhos de infância não procuravam em vão a meta do ‘quando eu for grande’, por não haver realização na idade adulta, e ficar assim a sonhar sonhos de palmo com desfecho para breve. Pelo menos assim seria mais fácil para mim lutar contra o cansaço que me tolda a visão e que desfoca a silhueta do mar, mas estrelas esmorecem e escondem-se sob aquele raio forte que aclara o céu e me arrebata as fantasias. Vai amanhecer, e eu por fim adormeço.

6 comentários:

  1. E amanhã é outro dia :) Tudo volta a ser possível de novo! Desistir é demasiado fácil ;)

    ResponderEliminar
  2. que bonito :)

    obrigada querida, é verdade dizemos todos o mesmo :S

    ResponderEliminar
  3. Pois é, às vezes parece que tudo se torna superior a nós e às nossas forças e parece não haver outro caminho senão desistir, parar, esquecer. Sabes o que faço aí? Não tento ser mais forte. Páro e penso que vou conseguir desistir. Deixo-me cair para depois conseguir respirar fundo, enxugar as lágrimas e levantar-me de novo. E aí vou eu de novo à luta. Cansada mas com a mesma vontade e esperança de sempre de vencer.

    Um beijinho ;)

    ResponderEliminar
  4. tão fofinho *.*
    beijinhos

    ResponderEliminar
  5. Muitíssimo bom. Identifico-me aí, nas tuas palavras. É fácil de sentir deste lado a força dos sentimentos que as palavras carregam. Não desistas nunca de lutar. Mesmo quando nos sentimos sem força para sequer derramar uma mera lágrima. Amanhã é um novo dia, e se lá chegarmos é uma pequena vitória que vamos conquistando diariamente. É assim que tento seguir, pela escuridão às cegas, ansiando por um vislumbre de luz lá bem no final do túnel. Doí muito. Mas não podemos nos render.

    Beijinho*

    ResponderEliminar